sábado, 4 de julho de 2009

~ recomeçar.


°. Se você fosse um sonho
eu não acordava
se você fosse a noite
eu te ninava

Se você fosse uma antena parabólica
eu seria o teu canal
se voce fosse calmaria
eu seria temporal

Se você fosse um barco
eu seria teu motor
se você fosse terra
eu queria ser trator
e se você fosse pra qualquer lugar
eu seria a tua casa

sábado, 30 de maio de 2009

ela é Céu.




CANGOTE.

Fiz minha casa no teu cangote
Não há neste mundo quem me bote
Pra sair daqui

Te pego sorrindo num pensamento
Faz graça de onde fiz meu achego, meu alento
E nem ligo
Como pode, no silêncio, tudo se explicar?!
Vagarosa, me espreguiço
E o que sinto, feito bocejo, vai pegar


(nova musica de céu, eu achei uma graça.. e merece ser postada! :D)

quinta-feira, 19 de março de 2009







'...Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro.'

quarta-feira, 11 de março de 2009

"Não odeio a regularidade das flores em canteiros. Odeio, porém, o emprego público das flores. Se os canteiros fossem em parques fechados, se as árvores crescessem sobre recantos feudais, se os bancos não tivessem alguém, haveria com que consolar-me na contemplação inútil dos jardins. Assim, na cidade, regrados mas úteis, os jardins são para mim como gaiolas, em que as espontaneidades coloridas das árvores e das flores não têm senão espaço para o não ter, lugar para dele não sair, e a beleza própria sem a vida que pertence a ela.
Mas há dias em que esta é a paisagem que me pertence, e em que entro como um figurante numa tragédia cómica. Nesses dias estou errado, mas, pelo menos em certo modo, sou mais feliz. Se me distraio, julgo que tenho realmente casa, lar, aonde volte. Se me esqueço, sou normal, poupado para um fim, escovo um outro fato e leio um jornal todo.
Mas a ilusão não dura muito, tanto porque não dura como porque a noite vem. E a cor das flores, a sombra das árvores, o alinhamento de ruas e canteiros, tudo se esbate e encolhe. Por cima do erro e de eu estar homem abre-se de repente, como se a luz do dia fosse um pano de teatro que se escondesse para mim, o grande cenário das estrelas. E então esqueço com os olhos a plateia amorfa e aguardo os primeiros actores com um sobressalto de criança no circo.
Estou liberto e perdido.
Sinto. Esfrio febre. Sou eu."

quinta-feira, 5 de março de 2009

agora nós.


Encontrei a cura
Não mais todos
És um
Eu que te esperava.
Tu que irás fazer
do meu vago espaço;
riso
Dos meus sonhos;
a realidade
E despertar pensamentos
Frutos de existência
Até minhas células pulsarem
(suas) letras
Em minhas noites-claras-belas;
Você.
E meus suspiros de manhãs
eternas.



'À vocês, eu deixo o sono.
O sonho, não.
Esse, eu mesmo carrego.'

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Elogio da Loucura!!

"Ó céus! Acaso há homens mais felizes na terra que os comumente chamados de loucos, insensatos, bobos e imbecis? Em primeiro lugar, eles não temem de modo nenhum a morte, o que, certamente, não é uma pequena vantagem. Não conhecem nem os remorsos devoradores de uma má consciência, nem os vãos terrores que as histórias do inferno inspiram aos outros homens... Jamais o temor dos males que os ameaçam, jamais a esperança dos bens que podem obter seria capaz de perturbar por um só instante a tranquilidade da alma deles.(...) E, se são bastante felizes para chegar muito perto da estupidez dos brutos, têm ainda a vantagem, segundo os teólogos, de ser impecáveis.(...) Para dizer a verdade, não nasci nem do Caos, nem do Orco, nem de Saturno, nem de nenhum desses deuses rançosos e caducos. É Plutão, deus das riquezas, o meu pai"
"Sou filha do prazer e o amor livre presidiu ao meu nascimento"
"(...)Só a Loucura tem a virtude de prolongar a juventude, (...), e de retardar bastante a malfadada velhice

[Erasmo de Rotterdam (1469-1536)]

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

(O menino e a flor)

- Me ensina a língua das flores?
(ele perguntou)

- Você não é o sol, nem a terra, nem a água e nem o ar.
- Eu não preciso de você.
- Só ensino se me ensinar a te amar!
(ela propôs)

- Sem palavras?
(ele perguntou)

- Sim. Só com os gestos e o olhar.
(ela respondeu)

Ele deitou-se ao lado dela na grama e suspirou.

- Que decepção!
- Não vai me arrancar e em um vaso me plantar?
(ela perguntou ironicamente)

- Linda flor, essa é a nossa primeira lição:
- Amar não é ter. É admirar!
(ele respondeu)


Sergio Chk.